Super salários e pobreza na administração pública

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Em tempo de super concurso para o Senado, há servidores já em exercício na Casa que estão processando o Congresso em Foco. É que o site fez cumprir de maneira mais robusta o princípio da publicidade na administração pública e divulgou seus contracheques na Internet.

O Senado é um país onde se paga cerca de R$ 14 mil para nível médio, enquanto Professores no Brasil se matam para conseguir do governo, mesmo depois de uma semana de 40 horas entre aulas sem recursos didáticos e risco de sofrerem agressões, um piso de R$1.187,00. Valor que, a julgar pela expectativa e ansiedade dos educadores, parece mais um teto.

Tem-se quase um ano de diferença entre as duas carreiras em termos de acesso a renda. Se ainda formos comparar o salário médio de um Professor do nível fundamental (o tipo de Professor mais importante do mundo) com outros países, iremos descobrir que só o Peru e a Indonésia pagam menos (informação de 2009). Lembrando que, na época dessa pesquisa, éramos o 7º país (PIB nominal) mais rico do mundo. Hoje, somos o 6º mais rico  :) , a Indonésia tem a 18ª maior fortuna, e o Peru, a 51ª.

Diferente do Senado, o Brasil é um país de trabalhadores pobres. Por aqui, no Brasil, pertencer à pomposa classe média equivale a ter, mais ou menos, uma renda familiar per capita de R$ 400,00. Ou seja, todo o esforço de mobilização política, de horas em passeatas sob forte radiação solar, longas noites em reuniões sindicais etc, não fará de um Professor mais que uma pessoa pobre.

Enfim, tudo isso foi pra dizer que os tetos legais para definição de valores salariais na administração pública não garantem a moralidade da fixação desses vencimentos. É necessário ter noção do que se passa no país. O que não se aplica, claro, ao Senado. E, ao que parece, às demais casas legislativas. Essas instituições caminham a passos largos para se formalizarem como países autônomos. Talvez até mesmo como outros planetas. Ou você acha que os legisladores não escutam mais o clamor popular por quê? São ETs.

ps:
Uma boa proposta para melhorar a transparência da gestão dos recursos públicos e incentivar a participação política da sociedade civil: www.youtube.com/watch?v=Gd7T3z9sk-s. Com o perdão pelo uso da revista Veja como fonte de informação. Sobre o tipo de jornalismo praticado pela revista Veja, queira ver: www.rodrigovianna.com.br/radar-da-midia/pesquisa-da-puc-veja-se-transformou-no-maior-fenomeno-de-anti-jornalismo.html

Comentários

  1. Muito bom, é uma confusão de lugar, de mundo.. gostei da metáfora do Senado, não é outro país, é outro planeta. Espero cada vez mais que nossos satélites de transparência continuem firmes a todo vapor...

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