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Fonte: Google Imagens |
"Ao homem não é permitido adotar nenhuma
ideologia, porque todas aspiram à
preponderância, nem aderir a nenhum partido,
porque o dever de todo partidário é ver,
sentir e pensar partidariamente. Cumpre-lhe
antes de tudo assegurar a si mesmo plena
independência de pensamento e de ação, pois,
sem liberdade, não pode haver justiça, a única
idéia digna de ser o supremo ideal comum
à sociedade humana." (Erasmo de Roterdã)
É muito difícil fazer parte algum grupo no campo político-intelectual quando se é, por um lado, bem mais liberal do que a esquerda tolera e, por outro, menos egoísta do que a direita admite. Se a grande virtude está no meio, é lá também que se encontra a solidão. A sabedoria cobra seu preço. Poucos suportam caminhar em missão de paz pelo meio de campos opostos, em guerra.
O
apartidarismo democrático, infelizmente, não é uma opção. É
dever revolucionário considerar e analisar calmamente o que é
válido em todos os conjuntos doutrinários. Mas não é sem ansiedade que se observa a
manada feliz, marchando beligerante e midiatizada rumo a um fim relativamente comum ou sem objetivo algum; e se permanece,
pelo menos aos olhos do bovino, inerte. A reflexão permanente tem
natureza dinâmica e consome muita energia.
Todas
as proposições intelectuais que nos chegam devem ser analisadas em
seu contexto e pelos critérios que sustentam suas ideias. Jamais pela cor da camisa do time que torcem seus
autores e divulgadores. Há diversas adaptações para uma
mesma contribuição ou partes dela. Sou capaz de destacar dois
parágrafos que se salvam num livro inteiro dedicado a impropérios.
As ideias sãs não raro são como pedras preciosas que aparecem
misturadas em pedregulho. Mas, quando separadas e lapidadas, impulsionam a difícil passagem pela porta estreita da Verdade.
O
único caminho de evolução possível é o da síntese, da
incansável compreensão de todas as posições cerradas, e da autocrítica permamente. Há que se
atentar somente para os princípios e os métodos. Estes são a lógica,
a concisão, a clareza (ou transparência) e a objetividade. Aqueles, tudo que incentiva
o amor, a liberdade e a partilha.